Extirpando uma crítica imatura

20/10/2010 09:07

 

Muitas pessoas criticam o Papa dizendo que ele fala tanto em ser pobre, em viver a pobreza, porém, mora num luxuoso palácio, anda em carros blindados. Como explicar isso e o que você diz a essas pessoas que tanto criticam o Papa?

 

 Parceria com formspring.me/defesacatolica.

 

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A Santa Paz esteja em nós prezado irmão.

Digo-lhes que acabam de fazer um juízo temerário e uma abordagem muito, mas muito superficial do que pretendem afirmar.

Por isso, pecam diante de Deus.

No entanto, vamos tratar essa afirmação com mais seriedade. Coisa que os acusadores geralmente não se preocupam em fazer.

Vale frisar que os acusadores de plantão, habitualmente, não estão preocupados de fato e especificamente com a pobreza que assola grande parte da nossa população mundial, antes, estão muito mais revestidos de um anti-Catolicismo.

Isso é facilmente perceptível.

Desgraçadamente os homens continuam a ter prazer em torturar o Corpo de Cristo, cuspi-lo e difamá-lo.

Falam de pobreza e em ser pobre como se o acumulo de bens e a riqueza, em si mesma, fosse má.

Isso é falso. E Deus já nos mostrou isso. Devemos honrá-lo com aquilo que há de melhor.

A Sagrada Escritura está repleta de referências onde se faz menção quanto ao uso de objetos valiosíssimos destinados ao culto devido ao Senhor.

No livro de Êxodo podemos ler: Farás uma lâmina de ouro puro na qual gravarás, como num sinete, Santidade a Javé. Prendê-la-ás com uma fita de púrpura violeta na frente do turbante.
Estará na fronte de Aarão, que levará assim a carga das faltas cometidas pelos israelitas (ex.28,36-38).

E não é só. No templo de Salomão havia várias esculturas, pinturas, e ricos detalhes decorados com ouro puro.

Dá para imaginar como deveria ser o Templo de Jerusalém?

E não era apenas as estruturas físicas do Templo que eram ricamente decorosas; os utensílios para o rito também eram feitos de metais valiosos.

Salomão mandou ainda fabricar todos os utensílios que estariam no templo do Senhor: o altar de ouro, a mesa de ouro sobre a qual se colocavam os pães de proposição;os candelabros de ouro fino, cinco à direita e cinco à esquerda, diante do santuário, com as flores, as lâmpadas e as espevitadeiras de ouro,os copos, as facas, as bacias, as colheres e os cinzeiros de ouro fino, e os gonzos de ouro para os batentes da porta do santuário, o Santo dos Santos, e da porta do templo, o Santo (1 Rs. 7,48-50).

Viu, meu caro? Percebeu?

Todo esse "glamour" é favorável aos olhos do Altíssimo quando usados para honrá-lo e glorificá-lo demonstrando todo o respeito que merece Aquele que é Rei, e Reina para sempre.

Ora, se utensílios tão valiosos eram usados em sacrifícios de bodes e bezerros, quanto mais deve-se usar para receber o sangue de Cristo na Santa Missa?

Quanto aos bens do Vaticano, sabemos que qualquer instituição necessita de bens materiais para poder ficar de pé. Os bens que a Igreja possui foram de grande parte doados por seus filhos, fiéis honestos, ou grandes reis que souberam retribuir e participar junto com a Madre Igreja da sua missão Celeste: levar à 'todos os homens' a Salvação que Cristo nos trouxe, estabelecendo a Igreja em toda a parte.

Que instituição possui dois mil anos de existência? É inconcebível que uma "organização" bi-milenar não tenha adquirido um grande acúmulo de bens durante uma jornada tão longa.

Se a Igreja não possuísse bens, como iria cuidar dos pobres, manter suas incontáveis casas de caridade, hospitais, asilos, sanatórios etc, etc... que são amparados em todo o mundo?

A igreja sempre fomentou a caridade. Quantos dos seus filhos(as) heroicamente doaram suas vidas em nome da caridade ao próximo?

"O Vaticano tem um órgão encarregado da caridade do Papa, o Cor Unum. No final de cada ano é publicada no jornal do Vaticano, o L'Osservatore Romano, a longa lista de doações que o Papa faz a todas as nações do mundo, inclusive o Brasil, especialmente para vencer as flagelações da seca, fome, terremotos, etc. É uma longa lista de doações que o Papa faz com o chamado Óbulo de São Pedro, arrecadado dos fiéis católicos do mundo todo.

Não há motivo, portanto, para se falar, maldosamente, da "riqueza do Vaticano".

Será que a rainha da Inglaterra aceitaria vender o museu de Londres, ou o presidente da França vender o Louvre?" (Por que sou Católico, Felipe Rinaldo Queiroz de Aquino , Cleofas 14ª ed. pp.144, 145)

Se essas pessoas propositadamente criticam a "riqueza" da Igreja afim de defender a pobreza imbuídas de um falso espírito humanitário, pois bem, vendamos o Cristo Redentor para nos juntarmos a essa campanha.

Obviamente, nos chamarão de loucos. O Cristo Redentor é patrimônio da humanidade!

Assim como várias peças do Vaticano o são, e de um valor histórico grandioso, inclusive as do museu Vaticano. Ou querem eles que o Papa venda a 'Pietà' de Michelangelo, ou 'A deposição de Cristo' de Caravaggio, ou talvez 'A transfiguração de Cristo' de Rafael - obras cujo valor histórico são incalculáveis - .

O patrimônio cultural e as obras de arte da Igreja não tem preço!

Veja o que John L. Allen Jr, especialista em notícias sobre a Igreja, analista do Vaticano e colunista do National Catholic Report, afirmou numa entrevista: "O orçamento anual do Vaticano é de US$ 300 milhões; 50% deste orçamento vem de doações; a avaliação das propriedades do Vaticano deveria se aproximar dos US$ 500 milhões; nos Estados Unidos, a Universidade de Notre Dame – tem um orçamento operativo de mais de US$ 1 bilhão - isto é, pode financiar o Vaticano três vezes." (Reportagem publicada na Revista "Que pasa" e no site Religión Digital no passado)

E quero citar ainda outra parte, onde ele afirma que “desde o final da década de 70 até o começo dos 90, eles estavam com números vermelhos quase todos os anos. Depois, chegou um cardeal norte-americano de Detroit encarregado da operação financeira, que era conhecido por ser alguém habilidoso com o dinheiro. Ele corrigiu o déficit, e eles obtiveram números azuis por vários anos. A partir daí, veio uma crise financeira, e voltaram a ter números vermelhos, mesmo que o déficit não tenha sido muito grande. Em geral, a Igreja não obtém excedentes significativos”.

Viu só?

Ainda assim, é muito comum encontrar-mos críticas desse gênero nos sites e blogs da web, basta um clic e inúmeras páginas aparecem. Os "inteligentes" de plantão são bem audazes na hora da crítica.

Mas, se a questão é levada com coerência e seriedade, vemos logo que as coisas não são como eles afirmam.

Mas, sim, a Igreja é rica, e Ela acumulou nos seus vinte séculos um tesouro sem igual.
Ela é rica porque é a "Igreja dos Santos", e mais, absurdamente rica, pois tem a Cristo seu fundador em seu coração: a Eucaristia.

Defender a Igreja e o Santo Padre é a nossa honra e nossa glória!

Ubi Petrus, ibi Ecclesia.

Esperamos tê-lo ajudado.

 

Pedro Erisson